sábado, 13 de dezembro de 2008

Crise não afasta Investidor


Crise financeira não afasta pessoa física dos investimentos em ações


SÃO PAULO - Mesmo em momentos como o atual - de grande volatilidade para a renda variável -, o mercado de capitais brasileiro continua atraindo investidores pessoa física. De acordo com o último balanço divulgado pela BM&F Bovespa, o número de investidores de varejo saltou de 456.557 em todo ano de 2007, para 548.706 no acumulado de 2008. Na comparação entre outubro e novembro deste ano, a Bolsa de Valores de São Paulo ganhou 6.564 novos investidores de varejo.

Para a gerente de programas de popularização da Bolsa, Patrícia Quadros, a evolução acontece porque o brasileiro está aprendendo cada vez mais sobre o mercado de ações. "Os investidores já estão conscientes dos riscos da renda variável e já entenderam que esse é um investimento de longo prazo, para formar patrimônio. Por isso, já entendem que períodos turbulentos não ruins para investir, pelo contrário, nessas épocas os preços estão menores".

Para o sócio-diretor da Link Investimentos, Norberto Giangrande, o perfil do investidor pessoa física mudou muito nos últimos dez anos. "Claro que ainda presenciamos efeitos manada, em que as pessoas começam a investir em ações apenas porque vêem exemplos de outras pessoas que se deram bem nesse tipo de investimento. Porém, hoje, grande parte das pessoas físicas que estão na Bolsa são antenados, buscam informações, querem fazer cursos. Muita gente hoje, antes de investir, vai procurar saber como é a empresa, a liquidez de suas ações no mercado. Elas já sabem que a Bolsa não é um jogo".

Investidor em tempos de crise

Ainda de acordo com Giangrande, há dois tipos de investidores que estão atuando mais ativamente no mercado de ações nesse período de crise. "Tem aquele conservador, que permanece nas posições dele. Ele tem a ação há 20 anos e vai ficar mais 20 anos com ela. Não importam as quedas, esse investidor não sai. E há também os investidores mais jovens. Para estes, não importa se o mercado está bom ou ruim, eles estão sempre buscando boas oportunidades de investimento, mexem na carteira, se algum objetivo de preço foi alcançado, eles trocam de ação. É um investidor mais dinâmico".

Patrícia conta que os programas de popularização da Bolsa são bastante democráticos, em razão dos diferentes perfis de pessoas que buscam informações sobre o mercado de capitais.

"Temos uma série de programas, para estudantes do Ensino Médio, universitários, mulheres, entre outros. Além disso, temos o Bovespa vai até você, que é uma forma muito democrática de informação, porque leva a Bolsa de Valores até os cidadãos. Nestas férias, por exemplo, iremos para as praias, como já fizemos em outros anos, levando panfletos explicativos para quem está de férias".

A gerente explica ainda que o agravamento da crise não afastou os interessados na Bolsa de Valores de São Paulo. "Pelo contrário, aguçou ainda mais o interesse das pessoas. Recebemos muita demanda de pessoas querendo participar de cursos, sanar dúvidas. E não só no eixo Rio-São paulo. Hoje, o interesse pela Bolsa acontece em cidadãos de todo o País".

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