quinta-feira, 9 de abril de 2009

Viabilidade comercial de descoberta da Petrobras é positiva, dizem analistas

SÃO PAULO - A declaração da viabilidade comercial da descoberta de reserva de gás no bloco BM-S-7, localizado na Bacia de Santos, foi recebida com ânimo pelos analistas. O bloco é operado pela Petrobras (PETR4, PETR3), que detém 63% da participação, dividida com a Repsol (com os 37% restantes).

A estatal brasileira apresentou a Declaração de Comercialidade à ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocom) na última segunda-feira (6). O novo campo, de nome Piracucá, está localizado em lâmina d'água de 200 metros e tem volume estimado em 88,5 milhões de metros cúbicos - cerca de 550 milhões de barris de óleo equivalente.

"Consideramos a notícia positiva para a Petrobras", resume a Ágora Corretora, ressaltando, entretanto, que o fato é pouco representativo em termos de acréscimo de novas reservas.

Impactos para a Petrobras

Também interpretando a notícia como positiva, a Ativa Corretora destaca outros pontos do fato. "O índice de recuperação de reservas, utilizando uma métrica conservadora, é próximo de 25%, o que significa que poderá ser extraído dessa jazida algo em torno de 138 milhões de boe", avalia a instituição.

Conforme a análise da Ativa, se considerada a parte que cabe à Petrobras, o potencial de crescimento de reserva é de 1% do total de reserva de óleo no Brasil, pelo critério SEC. "Se utilizarmos o critério SPE o crescimento das reservas de óleo no Brasil com essa descoberta é de 0,6%", acrescenta.

Um outro ponto ressaltado pela corretora é a localização do campo, que sugere um volume menor de investimentos para desenvolvimento da produção, já que fica em lâmina d'água de 200 metros.

Já na avaliação do Credit Suisse, a contribuição potencial de NAV (Valor Líquido de Ativo, na sigla em inglês) da descoberta para a Petrobras é desprezível. "Nós estimamos que seria em torno de US$ 2,8 por barril de óleo equivalente ou US$ 780 milhões (0,5% da capitalização de mercado da Petrobras)".

Impactos em outras empresas

Em contrapartida, o Credit Suisse acredita que a declaração de comercialidade terá reflexos maiores na Comgás. Segundo os analistas do banco, "o aspecto mais interessante, na nossa opinião, é o impacto dessa descoberta no mercado de gás", já que ela confirma a porção sul da Bacia de Santos como uma importância área para o segmento.

"Dada a sua proximidade com São Paulo, o mercado de gás mais importante no Brasil, o desenvolvimento dessa área pode provar ser uma importante fonte de oferta de gás no futuro", acrescenta o Credit Suisse. Isso, somado ao desenvolvimento de infraestrutura e às jazidas de gás na Bacia de Campos, pode trazer perspectivas positivas para os planos de crescimento de longo prazo da Comgás, de acordo com os analistas.

Outra empresa que deve ser impactada, segundo o Credit Suisse, é a OGX, devido à proximidade do bloco BM-S-7 ao bloco BM-S-29, que tem participação da petrolífera do grupo EBX (50%) e da Maersk (50%).

Fonte: www.infomoney.com

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